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segunda-feira, novembro 25, 2024
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Nota pública do Sindicato sobre ameaças sofridas por jornalistas do ‘Extra’

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro repudia e considera grave ameaça à liberdade de imprensa e à democracia o atentado sofrido por equipe do jornal ‘Extra’ nesta sexta-feira (09/05). A repórter Flávia Junqueira, o repórter fotográfico Fábio Guimarães e o motorista Bruno Guerra acompanhavam operação da Polícia Federal contra fraudes em planos de saúde dos Correios quando foi atacada por um dos acusados de participação no esquema, João Maurício, conhecido como Janjão. O Sindicato cobra investigação rigorosa do caso pela Polícia Federal e garantias de segurança para a equipe do ‘Extra’.
Citado na série de reportagens assinada por Flávia, João Maurício perseguiu e bateu o seu carro contra o veículo da reportagem. Em seguida, dirigiu-se à repórter, a quem fez questão de se referir pelo nome. O Sindicato incluiu o caso em seu relatório de violência contra jornalistas no Rio de Janeiro. Em um ano, desde maio de 2013, já são pelo menos 70 jornalistas profissionais e comunicadores ameaçados e agredidos na cidade. Um jornalista, Santiago Ilídio Andrade, morreu, vítima de um artefato explosivo durante manifestação na Central do Brasil em fevereiro.
O caso que envolve os profissionais do ‘Extra’ é peculiar em relação aos demais fatos registrados no relatório, a maioria relacionada à violência direcionada aos profissionais de imprensa durante atos de protestos ou cobertura de operações policiais. O atentado contra a equipe do Extra se assemelha às ameaças historicamente dirigidas a jornalistas que denunciam os chamados crimes do colarinho branco, cometidos com o envolvimento de agentes do Estado, por dentro do Estado, com características de máfia. Nossa categoria precisa contar com o apoio de toda a sociedade no enfrentamento desse tipo de ação de organizações criminosas.
O Sindicato, que já tem reivindicado, sistematicamente, ações concretas do poder público e dos empregadores, reitera, neste momento, por meio de ofícios às autoridades do poder público (Ministério da Justiça, secretarias da Comunicação Social e dos Direitos Humanos, Secretaria-Geral da Presidência da República, governo do Estado do Rio, Secretaria de Segurança Pública e ministérios públicos estadual e federal), o pedido de providências imediatas para garantir rigorosa investigação do caso em questão. Reivindicamos também condições de segurança para o exercício da profissão, sem risco à vida ou à integridade física da equipe do ‘Extra’ e de todos os jornalistas do Rio. O Sindicato vai solicitar cópia dos registros nas polícias Civil e Federal para o acompanhamento do caso. Serão encaminhados ainda ofícios para organizações de defesa dos direitos humanos nacionais e internacionais, como a Anistia Internacional, e para a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA).
A equipe do EXTRA registrou na 32ª DP (Taquara) os crimes de tentativa de dano e de perigo. O Sindicato recomenda que o procedimento seja seguido em todo caso de violência contra jornalistas. Não devemos prescindir dos meios institucionais de garantia, não apenas dos nossos direitos, mas também das condições para o exercício pleno da nossa profissão. Afinal, sem informação não existe democracia.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro

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