Quase três meses após a nossa data-base (1º de fevereiro), as empresas de radiodifusão e de mídia impressa continuam a protelar a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho oferecendo propostas que não repõem, sequer, a inflação acumulada no período. Pior: ainda insistem em aplicar o percentual rebaixado só a partir do mês seguinte à assinatura da CCT, ignorando os meses retroativos. Isso, apesar de a categoria acumular jornadas extenuantes, em home office ou presencialmente, correndo todos os riscos impostos pela pandemia.
Diante desse cenário, a diretora do SJPMRJ propôs, e a plenária unificada virtual aprovou, a realização de um Dia de Lutas em 5 de maio.
Na plenária, a diretora Virginia Berriel fez um breve relato das negociações desde a entrega da Pauta de Reivindicações, em novembro de 2020, até as últimas reuniões de negociação com os sindicatos patronais, em março.
Apesar de rejeitadas em duas assembleias específicas por segmento, os sindicatos patronais de radiodifusão e de impresso insistem em manter as propostas rebaixadas e ainda jogaram as próximas reuniões de negociação para depois de 20 de maio. Na avaliação do Sindicato, o objetivo era ganhar tempo para que o governo baixasse a medida provisória de redução de salários, o que ocorreu nessa quarta-feira, 28 de abril.
PROPOSTA DA RADIODIFUSÃO
A primeira proposta apresentada pelas empresas foi de reajuste de 2% nos salários e benefícios, rejeitando as cláusulas de pagamento do retroativo, ajuda de custo em home office, controle de jornada em home office, pagamento da PLR, pagamento de abono. Essa proposta foi rejeitada pelo Sindicato ainda na mesa de negociações. A segunda proposta dos patrões apresentou apenas uma alteração: “subiu” o percentual de reajuste para 2,7%. A proposta foi rejeitada pelos trabalhadores em assembleia.
PROPOSTA DO IMPRESSO
Os patrões propuseram inicialmente reajuste de 1% sobre os salários. E só. Rejeitada na mesa de negociações pelo Sindicato, a proposta teve uma alteração: o índice “subiu” para 2% e, novamente, apenas para os salários, sem reajuste para os benefícios. Excluíram ainda todas as cláusulas sobre controle de jornada home office, ajuda de custo, participação nos lucros e resultados e abono. Em assembleia, os trabalhadores rejeitaram a proposta.
PROPOSTAS DOS TRABALHADORES
Nas assembleias convocadas pelo Sindicato, os trabalhadores aprovaram as seguintes contrapropostas, que foram levadas aos patrões e ignoradas por eles:
Radiodifusão: 3% de reajuste para salários e benefícios; Retroatividade à data-base; Aplicação de 1,50% em agosto ou setembro.
Impresso: Retroatividade à data base; 3% de reajuste para salários e benefícios; Aplicação de reajuste de 1,50% em agosto ou setembro; Antecipação de 50% do 13° salário; Pagamento de PLR.
A plenária unificada de terça, 27/4, aprovou também a divulgação de um Manifesto dos Jornalistas Cariocas no dia 1º de Maio.
Acompanhe a organização das atividades do Dia de Luta e do 1º de Maio nas redes e no site do Sindicato.
Vamos à luta!