96% das categorias têm reajuste acima da inflação

No primeiro semestre deste ano, 96,5% das negociações salariais resultaram em reajuste superior ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC, medido pelo IBGE e usado para aferir a inflação no Brasil). Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve aumento de 11,4% nos acordos coletivos com reajuste maior que a inflação.
Os dados são de levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e levam em consideração 370 categorias, mesmo as que conseguiram pequenos reajustes, como os jornalistas cariocas – que em maio fecharam convenção de rádio, TV, jornal e revista com índice de 0,4% acima do INPC.
Das 370 negociações analisadas pela pesquisa em todo País, apenas duas (0,5% do total) chegaram ao fim abaixo da inflação. O Dieese observa também um crescimento significativo no valor dos ganhos reais incorporados aos salários em todas as regiões geográficas do Brasil. Os reajustes analisados tiveram, em média, ganho real de 2,23% acima do INPC. É o melhor resultado das negociações salariais acompanhadas pela instituição desde 1996, ano de início da série.
De acordo com o Dieese, entre os principais fatores do bom desempenho das negociações deste ano estão a ação sindical, a redução do patamar inflacionário, a manutenção do nível de emprego e o aumento real do salário mínimo. Confira tabela a seguir.
 

 
Jornalistas
Atualmente, os jornalistas do município do Rio de Janeiro estão em negociação salarial para a convenção coletiva de assessores de imprensa. Entre as reivindicações do segmento, além do fim da precarização das relações de trabalho em agências de comunicação, está aumento real nos salários. O índice do INPC de julho, data-base do segmento, ficou em 5,3%.
Já os profissionais de redação começam a negociar com os patrões no final do ano, com vistas à data-base de fevereiro. A projeção do Banco Central para o INPC de dezembro, levando em consideração os 12 meses do ano, é de 5,59%.
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