Jornalistas e radialistas da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) expostos à exploração, assédio e retirada de direitos decidiram entrar em greve a partir da zero hora desta sexta-feira (26).
A decisão foi tomada em assembleias simultâneas realizadas na terça-feira (23), no Rio de Janeiro, em Brasília e em São Paulo. No Rio, os trabalhadores e trabalhadoras se reuniram em frente ao prédio da TV Brasil, no Centro.
Criada em 2007 no governo Lula para prestar serviços de radiodifusão pública e gerir as emissoras de rádio e televisão públicas federais, a EBC se transformou em uma empresa do governo da ocasião, com mudanças na programação para atender a ideologia de extrema direita do presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) e, claro, segue seu estilo autoritário e de ataques aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
Seguindo essa, a direção da EBC anunciou o fim do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), aos trabalhadores e trabalhadoras que estão sem reajuste salarial há dois anos.
A direção da EBC é a única responsável pela paralisação dos trabalhadores, afirma Virgínia Berriel, diretora do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro.
“Dois anos sem Acordo Coletivo de Trabalho, sem reajuste salarial e agora a empresa retirou direitos duramente conquistados através de anos de luta pelo Sindicato”, pontuou a dirigente.
“Somente a greve poderá restabelecer nossos direitos e dignidade. A EBC não respeita mais seus empregados e os Sindicatos”, acrescentou
REPRODUÇÃOCom o desmonte do ACT, os trabalhadores perdem direitos como Auxílio à Pessoa com Deficiência, estabilidade de 60 dias após o retorno da licença maternidade e de dois anos antes da aposentadoria, garantia da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), e inúmeros outros.
A negociação chegou a ser mediada por um juiz do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Em audiência, o TST ofereceu uma proposta de meio termo, mas a EBC manteve a postura intransigente, como o próprio juiz avaliou, e a rejeitou.
De volta à negociação direta com o sindicato, a empresa apresentou uma proposta fantasiosa, segundo o presidente do Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro, Leonel Querino. Ela oferecia 7% de reajuste, o mesmo percentual que já estava previsto no ACT para ser pago aos trabalhadores, por progressão salarial.
“Os trabalhadores rejeitaram a proposta e aprovaram por unanimidade a greve. A luta vai ser dura, estamos visualizando uma briga que envolve uma luta política, mas os trabalhadores resolveram comprar essa briga e ir para o tudo ou nada”, conclui o dirigente.
A empresa está sofrendo desmonte por parte do desgoverno Bolsonaro, tem sido utilizada para propaganda das ações do governo contrariando os princípios da comunicação pública e agora está amaçada de privatização.