CARTA ABERTA À SOCIEDADE
Rede Record reza a cartilha de demissões
Para a Rede Record, pelo menos no Rio de Janeiro, seus problemas financeiros são culpa dos empregados que diariamente levam a programação ao ar. É esse o recado que a direção da empresa deixa ao anunciar demissões de profissionais de diferentes áreas e classificá-las como “reestruturação”. Em apenas um dia – a terça-feira 19 de março – 40 profissionais foram demitidos.
Alguns dos problemas recentes: tentativa de corte de férias de jornalistas e radialistas, fim do pagamento dobrado do feriado trabalhado, mudança do plano de saúde – para pior –, atraso no salário de trabalhadores contratados como pessoas jurídicas, dispensas, dispensas e mais dispensas. A cartilha de Edir Macedo reza pelo corte de funcionários sem nenhuma preocupação com a responsabilidade social de uma empresa e com os transtornos familiares dessas demissões.
O milionário Templo de Salomão é erguido em São Paulo, o dono da empresa tem seu próprio avião a jato e ostenta uma fortuna de R$ 1,9 bilhão, segundo a revista norte-americana Forbes. Ao mesmo tempo, a Rede Record aumenta seu faturamento em 15% na comparação entre 2011 e 2012 e o setor de telecomunicações é beneficiado por desonerações de impostos. Mas, de olho unicamente nos lucros, a emissora já dispensou 85 radialistas e jornalistas desde o ano passado. Profissionais que se dedicaram durante anos à construção da emissora.
Fica aqui um novo aviso ao presidente da Record Rio, Cláudio Rodrigues. Espera-se de uma empresa que detém uma concessão pública seriedade no trato com seus trabalhadores e também no diálogo com a sociedade. As últimas movimentações da emissora de Edir Macedo caminham, no entanto, para o lado contrário, com absoluta falta de respeito aos seus funcionários.
Sindicato dos Radialistas do Estado do Rio de Janeiro
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio
Federação Interestadual dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão (Fitert)
Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)
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