É preciso deixar claro: empregados dos veículos de comunicação não representam a política das empresas em que trabalham. Durante a manifestação na Avenida Brasil na última terça-feira (2 de junho) em homenagem aos 10 mortos da favela da Maré durante ação da Polícia Militar, alguns participantes agiram com inaceitável intolerância e falta de respeito.
A repórter da Rede Globo Bette Lucchese foi expulsa da manifestação, proibida de atuar em seu direito básico como jornalista. Ela e seus colegas da equipe de reportagem foram intimidados e impedidos de trabalhar por manifestantes que gritavam palavras de ordem.
Os manifestantes que procedem dessa forma, impedindo o trabalho de jornalistas, estão demonstrando intolerância que faz lembrar a daquela mesma ditadura que tanto perseguiu jornalistas. Tal postura é inaceitável. É um atentado à liberdade de imprensa e ao direito de informar.
Durante os protestos que tomaram o Centro do Rio nas últimas semanas, outros profissionais foram expulsos do meio de passeatas e carros de empresas de comunicação foram incendiados. Alguns jornalistas foram agredidos tanto por manifestantes como pela Polícia Militar, que deveria dar o exemplo principalmente ao se intitular “pacificadora”. Em outras cidades, atitudes de hostilidade com a imprensa também foram registradas.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio participa da luta contra o monopólio da mídia e para que as grandes empresas desse setor, conservadoras e elitistas, passem por uma revisão de postura a partir da democratização das comunicações no Brasil. Mas repudia com veemência atos de intolerância e vandalismo contra os jornalistas, o patrimônio dessas empresas e o patrimônio público, de um modo geral.
À repórter Bette Lucchese e a todos os profissionais da imprensa vítimas de agressões, tanto por parte da polícia como de manifestantes, a nossa total solidariedade.
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Foto: Tomaz Silva/ABr. Manifestação em homenagem aos mortos no Complexo da Maré.