Jornalistas do Rio acertam data de assembleias e enquete on-line sobre assédio moral

A luta por um bom acordo salarial dos jornalistas de TV, rádio, jornal e revista do Rio já começou. Assembleias conjuntas foram marcadas para 14 de janeiro, uma às 11h e outra às 19h, durante a plenária dos jornalistas, reunião que abriu a Semana de Direitos Humanos dos Jornalistas Cariocas, na manhã desta terça-feira (10), no auditório do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio (SindJor Rio). Para os assessores de imprensa, que já estão em campanha salarial, a mobilização será intensificada.
O encontro serviu ainda para traçar uma nova linha de ação contra o assédio moral no ambiente de trabalho. Um questionário com 32 perguntas que atestam a prática a partir de situações do cotidiano, estará disponível on-line. O anonimato é garantido. O formulário também será distribuído nas redações, durante visitas dos diretores do sindicato a partir do mês que vem. O resultado da pesquisa embasará reivindicações para erradicar o assédio moral nas redações.

“Passou o tempo em que era na base do grito. Percebo que hoje o assédio moral se vale de ações mais silenciosas e sofisticadas, mas não menos cruéis. Já ouvimos relatos de profissionais que precisam a todo momento provar que estão aptos para o emprego, e que acabam se sentindo descartáveis e pressionados por avaliações de desempenho”, afirmou Paula Máiran, presidente do Sindicato.
A plenária também tratou da aproximação dos jornalistas que trabalham hoje em sindicatos, e da possibilidade de uma série de debates nas universidades para explicar aos estudantes, entre outros, o caráter nocivo da dupla função no trabalho e a importância da luta sindical no jornalismo.
As decisões da plenária foram formuladas tendo em vista a precarização da atividade jornalística e a necessidade de uma maior participação sindical dos profissionais no Rio. De acordo com o economista Jardel Leal, do Dieese, convidado para a reunião, o jornalismo passa por um momento crucial:
“O papel da imprensa como uma fonte importante de informações está sendo redefinido. Hoje, ao ler um jornal, ficamos atentos para saber se estamos diante de uma notícia ou se aquela reportagem apenas tenta provar uma tese defendida pelo patrão”
A programação da Semana de Direitos Humanos dos Jornalistas Cariocas continua nesta quarta-feira (11) com uma roda de conversa que debaterá o papel da mídia no avanço dos assassinatos de jovens negros no país, a partir das 17h, no auditório do sindicato.
O evento, promovido pela Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-Rio), terá a participação de Amir Oliveira Junior, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), de Yedo Ferreira, do Movimento Negro Unificado, e do professor Amauri Mendes, que lança o livro ‘Encruzilhadas na luta contra o racismo no Brasil’.
A cerimônia de instalação da Comissão da Verdade dos Jornalistas do Rio encerra com chave de ouro as atividades na quinta-feira (12), às 18h. Participe!
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