Nota de repúdio à injúria racial cometida por turistas argentinos contra jornalista negro brasileiro

Às tantas formas de violência que a nossa categoria enfrenta de modo cada vez mais recorrente, uma das mais graves é o racismo, em suas mais diversas formas de manifestação do preconceito e da discriminação. Neste sábado (12/7), o repórter fotográfico Carlos Júnior, negro,foi alvo de injúria racial, crime cometido por um grupo de torcedores argentinos acampados na Praça 11 que se dirigiram ao profissional, que estava em serviço, com gestos e caretas de macaco. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro manifesta o seu repúdio à atitude dos turistas estrangeiros e oferece todo o apoio necessário ao profissional por meio de sua diretoria e da assessoria jurídica cível e criminal, assim como pela Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira).
Se Carlos decidisse levar o caso à polícia, os argentinos deveriam responder por flagrante de injúria racial, um crime contra a honra, passível de pena de 1 a 3 anos e multa e, no caso dos estrangeiros, de posterior expulsão. Mas o jornalista decidiu, generosamente, aceitar o pedido de desculpas dos argentinos que o ofenderam. Mas a injúria racial sofrida pelo profissional, e documentada em imagens flagradas pelo próprio jornalista com o seu equipamento de trabalho, agride toda a nossa categoria e não pode cair no esquecimento.
Vivemos em um país onde o racismo, inclusive o que afeta a nossa categoria, mais de um século depois de sua extinção formal, está longe do fim. Por isso mesmo, o seu enfrentamento precisa ser assumido como causa não somente dos jornalistas negros e negras mas, sim, de todos os jornalistas e da sociedade inteira. Lutemos juntos contra toda forma de preconceito e discriminação.
Saiba mais sobre o caso