3.653 lenços para Tim Lopes

Na manhã deste sábado (2/6), varais espalhados pelo Campo do Sargento, no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, receberam 3.563 lenços brancos em homenagem a Tim Lopes, nos dez anos de sua morte. Um lenço para cada dia de sua ausência.
O evento, organizado por parentes e amigos do jornalista, teve apoio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio e contou também com a participação de profissionais da imprensa, autoridades do estado e representantes culturais e religiosos da comunidade.
“Há uma mudança importante no que diz respeito à segurança dos jornalistas na cobertura da imprensa em áreas de risco. Esta mudança ocorre depois da morte de Tim”, lembrou a presidente do Sindicato, Suzana Blass. Representantes de jornalistas de outros estados, além do presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder, participaram do evento.
Tim Lopes foi morto após ser identificado por traficantes da Vila Cruzeiro enquanto fazia reportagem sobre prostituição infantil na favela. “Até aquele momento (da morte) se tinha a sensação de que o bandido respeitava o jornalista”, lembra Nacif Elias, presidente do Sindicato dos Jornalistas cariocas quando Tim Lopes foi assassinado. “Achávamos que éramos intocáveis. Mas não éramos. E este caso nos mostrou isso”, completa Nacif, em entrevista ao site do Sindicato.
O evento deste sábado teve apresentações culturais, como a do grupo AfroReggae, e serviços oferecidos aos moradores do Complexo do Alemão pelos governos do município e do estado. A irmã do jornalista, Tânia Lopes, e a mãe, Maria do Carmo Lopes, se emocionaram com a homenagem.