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sexta-feira, abril 26, 2024
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Campanha salarial: jornalistas do Rio aprovam estado de mobilização

Os jornalistas do Rio decidiram entrar em estado de mobilização para pressionar as empresas por um acordo salarial que garanta aumento real, piso digno, segurança e mais direitos. A decisão foi unânime nas duas sessões da assembleia da campanha salarial 2014, realizadas nesta quinta-feira (22/05). Foi recusada ainda a contraproposta apresentada pelos patrões de rádio e TV na rodada de negociação da última quarta-feira (21/05). Os trabalhadores reafirmaram o apoio à íntegra da pauta de reivindicações do Sindicato.
O estado de mobilização prevê um calendário de atividades para chamar a atenção às nossas reivindicações e pressionar as empresas por um acordo decente. O Sindicato aumentará a frequência das panfletagens com carro de som, estimulará atos e passeatas convocados pelos jornalistas e também vai marcar encontros com os profissionais de cada redação para tratar de demandas específicas, como tem sido feito no caso da Rede Globo, da agência EFE e do jornal Lance!. Será lançada nos próximos dias uma enquete para medir as intenções de greve na nossa categoria. É importante que todos os jornalistas respondam a pesquisa sobre as condições de trabalho a que são submetidos. [Acesse aqui]
Veja a pauta de reivindicações da campanha salarial
O Sindicato também vai orientar os profissionais na criação de comandos de mobilização em cada empresa, cuja organização pode ser feita pelas redes sociais, como o Whatsapp. Cartazes, adesivos e uma carta endereçada aos correspondentes estrangeiros e aos sindicatos de outros países compõem a lista de ações para o estado de mobilização. Ficou claro durante a assembleia que os jornalistas não pretendem ceder na luta por melhores salários e qualidade de vida.
Proposta patronal é rejeitada por unanimidade
Sem acenar com a possibilidade de aumento real nos salários, a proposta patronal de rádio e TV – rejeitada pela assembleia – previa aumento no piso salarial: passou de R$ 1.274 para R$ 1.400 nas jornadas de cinco horas diárias em emissoras de televisão. No rádio, o valor subiu de R$ 1.132 para R$ 1.250. Nas jornadas de sete horas, os valores seriam de R$ 2.296 (televisão) e R$ 2.050 (rádio). O Sindicato defende R$ 4.927 para cinco horas diárias – valor calculado pelo Dieese a partir do custo do vida do jornalista na cidade do Rio hoje.
O valor de face dos tíquetes alimentação e refeição passou de R$ 200 para R$ 260 – o que daria R$ 13, valor muito aquém do cobrado em um Rio de Janeiro de preços surreais. A nossa pauta de reivindicações propõe R$ 29 no vale-refeição (R$ 580 por mês) e R$ 700 no vale-alimentação.
Os patrões ofereceram reajuste de cerca de 17% no auxílio-creche, que passaria a valer R$ 300 mensais. Os pagamentos anuais relativos à participação de resultados e ao abono foram reajustado apenas na faixa de empresas com mais de 150 jornalistas: ambos corresponderiam a 40% do salário mensal, com mínimo de R$ 1.400 e máximo de R$ 6.000. Vale lembrar que, no segmento de radiodifusão, somente a TV Globo emprega mais de 150 jornalistas no Rio.
O Sindicato cobrou, mas os patrões ignoraram a inclusão do Código de Ética no acordo e a instalação de comissões de empregados nas redações. Seguiremos pressionando por essas cláusulas e pelo aumento de 11,47% (6,47% do IPCA medido na cidade do Rio mais 5% de aumento real). As empresas oferecem 5,26% relativos ao acumulado do INPC, que costuma ser o menor índice de inflação apurado no país.
Após demonstrar muita resistência, o sindicato patronal de jornais e revistas finalmente marcou nova rodada de negociação do segmento. Será no dia 30/05, às 11h.

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