Sindicato dos Jornalistas

sexta-feira, abril 26, 2024
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Caso Santiago Andrade: Band ainda submete jornalistas a más condições de trabalho, denuncia Sindicato ao MPT

O Sindicato denunciou ao Ministério Público do Traballho que, dois anos após a morte do jornalista Santiago Ilídio Andrade, a Rede Bandeirantes de Televisão ainda submete os profissionais às mesmas condições de trabalho que eram impostas ao repórter cinematográfico – tais como dirigir o carro da empresa e falta de estímulo ao uso de equipamento de proteção individual. A denúncia foi feita em 18/04 durante audiência do inquérito que investiga as responsabilidades da empresa na morte do jornalista.
Santiago morreu após ser atingido na cabeça por um rojão disparado a esmo por manifestantes em protesto na Central do Brasil, em fevereiro de 2014. À época, o Sindicato apontou a emissora como uma das responsáveis pela morte, por não ter garantido a proteção adequada do jornalista no exercício da profissão. Além de estar sem equipamento de proteção individual, como capacete, Santiago dirigia o carro da empresa e foi deslocado repentinamente para a cobertura do protesto – onde havia repressão policial contra manifestantes. Com uma câmera na mão e sem equipe de apoio, o jornalista não pôde se proteger do rojão.
A morte de Santiago Andrade comoveu jornalistas do Brasil e do mundo e ele se tornou um dos símbolos da luta dos profissionais de imprensa por mais segurança e melhores condições de trabalho. No ano passado, a Justiça concedeu habeas corpus a Fábio Raposo e Caio Silva de Souza, acusados de terem disparado o rojão que matou Santiago. Eles passaram um ano na prisão e foram autorizados a aguardar o julgamento em liberdade.
Um laudo do perito Ricardo Molina, da Unicamp, deverá ser anexado ao inquérito do Ministério Público do Trabalho. O documento indica, por meio da trajetória do rojão, que Santiago Andrade não era o alvo dos manifestantes. O laudo conclui que a morte foi causada pelo impacto do projetil na cabeça do jornalista, e não pela explosão – ocorrida segundos após. O uso do capacete providenciado pela empresa poderia ter evitado a tragédia. As recomendações de segurança editadas pelo MPT para as empresas jornalísticas, após a denúncia do Sindicato em 2014, exigem a adequação imediata das redações às normas de segurança do trabalho.
Além da segurança, o Sindicato denunciou ao Ministério Público do Trabalho outras irregularidades cometidas na Band, como: uso indiscriminado da mão de obra dos estagiários, demissão de profissionais em tratamento de doenças crônicas e práticas antissindicais, como constranger jornalistas a subscrever abaixo-assinados contra o Sindicato da categoria.

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