Depois de dois meses e meio de espera, aconteceu, em 1º de março, a primeira rodada de negociação da Campanha Salarial 2018 com o presidente do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Município do Rio de Janeiro, Fernando Gimenez. Na reunião foram apresentados os argumentos dos jornalistas que reivindicam reajuste dos salários com base no índice geral do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), mais 6,5% de aumento real.
O INPC acumulado no período de fevereiro de 2017 a janeiro de 2018 chegou a 1,87%, mas, como esclarece o Dieese, o índice geral é apenas uma referência, já que a inflação que efetivamente atinge o trabalhador depende dos itens mais utilizados e de sua localização geográfica.
Gimenez se comprometeu a levar as reivindicações dos jornalistas aos proprietários dos veículos impressos, mas não agendou a próxima reunião.
Enquanto aguardamos a próxima rodada, diretores do Sindicato estarão nesta quarta-feira (7) visitando as redações dos jornais O Globo, Extra, Expresso, Valor Econômico e da revista Época, esclarecendo aos jornalistas a proposta aprovada na Pauta de Reivindicações (LINK), em dezembro de 2017.
A Pauta de Reivindicações, que inclui o pleito de aumento real, foi construída a partir da Pesquisa sobre as Condições de Trabalho e Salário dos Jornalistas do Rio (LINK), realizada em dezembro do ano passado. A pesquisa revelou que o reajuste salarial é importante para 87,80% dos jornalistas e o aumento real, para 82,90%.
Rádio e TV: patrões estão irredutíveis
No mesmo dia (1/3), pela manhã, aconteceu a 5ª rodada de negociação da Campanha Salarial de 2018 com os representantes das empresas de Rádio e TV. Ao contrário do que se esperava, o patronato não trouxe nenhum avanço. Não se sensibilizaram com o resultado da pesquisa apresentada na reunião anterior, que rejeitou os 2% oferecidos pelas empresas. Desde janeiro os patrões de radiodifusão oferecem apenas 2% em todas as cláusulas econômicas.
Diante deste cenário, o Sindicato dos Jornalistas continua valorizando o diálogo, e deverá apresentar na próxima rodada de rádio e TV, marcada para dia 8 de março, uma proposta alternativa.
O momento é de acompanhamento e mobilização. É a pressão dos jornalistas nas redações que levará os patrões a atenderem os anseios dos trabalhadores de Rádio e TV e de Jornais e Revistas.