Programa da Rádio Nacional veiculou informação incorreta sobre o Sindicato, diz ouvidoria da EBC

A Rádio Nacional faltou com isenção ao veicular informação incorreta sobre o Sindicato sem publicar errata ou oferecer direito de resposta, concluiu a Ouvidoria da EBC. Em 28 de julho deste ano, o programa Redação Nacional noticiou que jornalistas teriam sido agredidos no Sindicato durante entrevista coletiva de ONGs, e que teve a presença de manifestantes que haviam sido presos. A informação gerou a revolta de ouvintes da rádio, que enviaram reclamações à Ouvidoria da emissora mencionando falta de isenção e uma tentativa de ‘criminalizar as entidades sindicais’.
O comentário sobre o caso foi publicado no último relatório bimestral da ouvidoria, disponível na íntegra aqui. O trecho sobre o Sindicato pode ser lido aqui. O documento alerta para o cuidado necessário que o jornalista deve ter com a imparcialidade ao transmitir uma notícia, especialmente se as informações estiverem relacionadas à sua profissão.
“A atividade jornalística é um dos pilares do Estado democrático de direito, porém, é necessário conservar certa distância da forma de abordagem para que o debate não se transforme em apropriação dos microfones para a defesa de classe. Por mais legítimo que seja falar sobre os casos de violência contra colegas de profissão, tal situação não elimina o princípio básico da isenção”, diz o texto.
A Ouvidoria também faz críticas à resposta tímida da coordenação da emissora, que, apesar de reconhecer o erro, não indicou medidas a serem tomadas, como oferecer o direito de resposta ou publicar uma errata. “Admitir os erros é um dos passos para a construção de uma radiodifusão sólida, plural e capaz de primar pelo respeito ao público.”
Representante do controle social da comunicação pública, o papel da Ouvidoria é fundamental em casos como esse. Além do episódio da Rádio Nacional, o Sindicato ainda aguarda pedido de direito de resposta enviado ao programa Observatório da Imprensa, que não ouviu a entidade sobre a coletiva de imprensa de julho passado.