Desde a última sexta-feira (22/3) – quando mais 20 profissionais foram demitidos –, o Ministério Público do Trabalho passou a reforçar as reivindicações de jornalistas e radialistas diante da gravíssima situação na Rede Record Rio. Representantes sindicais se reuniram com o procurador Carlos Augusto Sampaio Solar, na 1ª Procuradoria do Trabalho (foto), e dois inquéritos devem ser abertos.
“Nesses casos, o Ministério Público atua na dispensa em massa, quando a empresa tem que negociar isso com o sindicato para minimizar os danos sociais das demissões”, explica o promotor. A Rede Record no Rio, na semana passada, em reunião com os sindicatos dos Jornalistas e Radialistas, apenas informou que sua “reestruturação” atingiria um número não definido de profissionais – e nada mais.
“A Record também vai passar a ter processo sobre fraude trabalhista“, garantiu o procurador. Isso porque a emissora contrata trabalhadores via pessoa jurídica (PJ), o que evidencia precarização das relações de trabalho. Muitos profissionais, como não têm horário fixo por prestarem serviços como empresa, acabam sendo obrigados a fazer longas jornadas de trabalho sem direito a hora extra.
Demissões e nova manifestação
Informações dão conta de que, ainda nesta sexta-feira, a Record Rio demitiu pelo menos mais 20 jornalistas, entre eles seis repórteres cinematográficos. Embora a empresa insista em anunciar excelentes resultados financeiros, existe a desconfiança de que a situação seja bem diferente. Isso porque alguns profissionais de alto salário, principalmente em São Paulo, estariam sendo chamados para uma renegociação, por vencimentos bem menores.
“Chamaram (nesta sexa) um por um para demitir”, conta um funcionário. “É como gado no matadouro. Horrível”, completa.
Na parte da manhã, os sindicatos fizeram nova manifestação em frente à sede da empresa, em Benfica – a terceira neste mês. Diante de carro de som e faixas, foram distribuídas cópias da carta aberta divulgada pelos sindicatos dos Jornalistas e Radialistas.
“Esta carta foi enviada a deputados estaduais e federais para ser lida em plenário, da Câmara e da Assembleia Legislativa”, destaca o diretor do Sindicato dos Jornalistas Nelson Moreira. Novas entidades, como a Federação Interestadual dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão (Fitert) e Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) subscreveram o documento.
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