Em junho completam-se quatro meses de negociação salarial entre trabalhadores e os empresários de jornais e revistas do Rio de Janeiro. Ao que parece, os patrões querem fazer do acordo coletivo de 2013 um imenso rocambole – e, assim, seguem enrolando, evitando a assinatura da convenção.
A última contraproposta dos jornalistas cariocas foi aprovada em assembleia no dia 7 de maio: reajuste de 7%, acima da inflação, e pagamento dobrado, em dinheiro, dos feriados trabalhados. Ou seja, os mesmos ganhos conquistados nas negociações com os empresários de rádo e TV. Essa resolução de assembleia foi enviada aos representantes patronais, que prometeram uma resposta até a última sexta-feira (27 de maio). Mas os empresários seguem mudos, não respondem, nem agendam novas rodadas de negociações.
Por causa deste – e de outros – atrasos, os jornalistas de impressos ainda não tiveram o reajuste em seus salários neste ano. A Participação nos Lucros e Resultados (PLR) também fica sem índice. Na prática, os patrões de jornais e revistas da cidade fazem pouco caso com as necessidades de seus trabalhadores.
Desde a data-base da categoria, em fevereiro, foi uma constante a demora dos representantes patronais em responder às reivindicações. E isso acontece num ano em que as empresas de rádio e TV assinaram acordo com os trabalhadores em apenas dois meses, com significativos ganhos para os jornalistas desse segmento.
No início de maio, o Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio realizou pesquisa online com a categoria sobre o reajuste. O resultado apontou que 83% dos profissionais que responderam não abrem mão de ganho real nos salários (acima de 6,63%). A maioria ainda apontou como prioridade o pagamento dobrado de feriados trabalhados. A assembleia do dia 7 de maio confirmou essas reivindicações.
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