Com a pauta de reivindicações definida em assembleia, o Sindicato dos Jornalistas envia agora em janeiro aos empresários de rádio, TV, jornal e revista do município do Rio as propostas para serem discutidas nas mesas de negociações. A categoria busca reajuste nos salários de 9,44% – índice que representa a projeção da inflação (6,44%) para a data-base (1º de fevereiro), de acordo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e mais 3% de ganho real. O índice exato de inflação do período (1º de fevereiro de 2012 a 31 de janeiro de 2013) vai ser conhecido em cerca de 30 dias.
Os jornalistas ainda vão colocar em discussão as cláusulas de horas extras – que não são respeitadas por muitas empresas –, folga no dia do aniversário do jornalista sem desconto no banco de horas e que os feriados, em período de férias, não sejam contabilizados.
Quanto ao tíquete-refeição, a categoria segue na luta por uma quantia digna – enquanto os empresários insistem no mínimo, esbanjando desculpas sem nexo. Na pauta que será entregue às empresas, o valor facial apontado, considerado próximo do ideal, é de R$ 35,00.
Os jornalistas cariocas ainda buscam receber as perdas salariais acumuladas nos últimos dez anos. Com base em estudo do Dieese, essas perdas chegam a 13%.
Além disso, o Sindicato dos Jornalistas volta a cobrar das empresas a inclusão de cláusulas de segurança no acordo coletivo. Pontos como criação das comissões paritárias dentro das redações para acompanhar pautas de risco, seguro de vida diferenciado para repórteres que cobrem áreas de risco e uso de colete com especificações de proteção máxima voltarão à mesa de discussões nesta campanha salarial.
No ano passado, alegando problemas financeiros, os representantes patronais negaram as cláusulas de segurança, impedindo maior segurança a seus profissionais. Os itens cobrados pelo Sindicato – como colete de proteção máxima – são corroborados por especialistas internacionais em segurança de jornalistas.
Outra reivindicação é que o Sindicato possa fiscalizar a qualidade destes itens de segurança, como a dos próprios coletes à prova de balas por exemplo, disponibilizados aos profissionais pelos veículos de comunicação.
LEIA MAIS: Empresários dizem “não”, mas faturam 12% a mais em 2012
Confira a seguir alguns pontos da pauta de reivindicação da campanha salarial 2013 dos jornalistas de rádio, TV, jornal e revista.
– Reajuste salarial correspondente ao índice do INPC acumulado no período de 12 meses (projeção atual de 6,44%), acrescido de 3% de aumento real: 9,44%
– Pagamento da Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) em cota única no mês de junho de 2013 do valor equivalente a 50% do salário do empregado, observado o limite mínimo de R$ 900,00 e máximo de R$ 2.000,00
– Reposição das perdas salariais acumuladas, no percentual de 13%, pagas em três parcelas anuais e sucessivas
– Adicional pela republicação ou reutilização de matéria no percentual de 50% da remuneração diária do jornalista a cada reprodução
– Adicional de acúmulo de função de 40% sobre o salário previsto para a função mais bem remunerada
– Folga anual no dia do aniversário do empregado
– Tíquete-alimentação de R$ 35,00
– As empresas pagarão ainda a importância de R$ 700,00 de auxílio alimentação para compras em supermercados, que poderá ser fornecido sob a forma de vale-compras
– Auxílio maternidade de R$ 700,00 até o filho completar seis anos nas empresas em que trabalhem pelo menos 15 empregados
– Estabilidade de 60 dias ao pai jornalista, a contar da data de nascimento de filho, inclusive adotante
– O período de estabilidade da gestante e o período de licença maternidade, previstos em lei, serão acrescidos de mais 180 dias
– As empresas fornecerão plano de saúde médico e odontológico para jornalistas e seus dependentes, aí incluídos os companheiros (as), inclusive em relações homoafetivas
– Seguro de vida diferenciado para repórteres que cobrem área de risco
– Fornecimento de colete e capacete com especificações de proteção máxima e carro blindado em coberturas de risco
– Submeter o equipamento de segurança existente à inspeção anual, por empresa especializada, com acompanhamento do Sindicato
– Implantação de Comissões de Segurança dentro das redações, compostas por chefias e repórteres, com estabilidade no emprego, com a finalidade de avaliar pautas em área de risco e utilização das medidas de segurança